Na sexta, 30, O Pacto Global de Prefeitos Pelo Clima e a Energia juntamente com o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos, ONU-HABITAT, realizaram um encontro virtual para refletir sobre as interconexões entre os objetivos do Pacto e os projetos levados à cabo pela organização na Bolívia. Na oportunidade, o Pacto foi apresentado para cidades envolvidas no programa “Políticas de Cidades” da ONU-Habitat.
O Coordenador do Programa da ONU, Sérgio Blanco apresentou dados relativos às emissões de CO2, tratamento de resíduos, alterações climáticas em relação à temperaturas e índices de precipitação na Bolívia, ressaltando aspectos como a perda de massa de gelo na cordilheira real, provocada pelas mudanças climáticas, e que já atingiu 37,4% de redução glacial entre 1980 e 2009.
Visando incentivar mudanças neste cenário e estimular ações locais, a ONU-Habitat está desenvolvendo o programa “Políticas de Cidades”. O programa identifica e propõe políticas públicas para enfrentar os grandes desafios e aproveitar as oportunidades do processo de urbanização com a aspiração de contribuir para a diversificação do modelo econômico, reduzir as desigualdades e garantir a sustentabilidade.
“Pretendemos promover entornos urbanos saudáveis e resilientes, otimizando as capacidades de gestão de risco e adaptação às mudanças climáticas”, explicou Blanco. As oportunidades de implementação de ações para adaptação às mudanças climáticas e mitigação de gases de efeito estufa apontadas pela organização devem centrar-se em: soluções baseadas na natureza; programas de gestão integral de resíduos sólidos; planos de mobilidade urbana sustentável e planos de gestão de risco.
“Nossa proposta para essa política é estabelecer uma plataforma de colaboração horizontal entre governos locais, com o apoio dos diferentes setores para implementar as propostas desde o início”, ressaltou Blanco.
A diretora executiva da Autoridade Plurinacional da Mãe Terra, Gisela Ulloa, falou sobre a importância global de se alcançar as metas do Acordo de Paris e detalhou o andamento da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) na Bolívia. Ela apontou a revisão nas áreas de parques e agricultura, energia, água e cidades. Além disso, apresentou ações em andamento, como a identificação das emissões de carbono e a transição para uma economia verde que seja robusta e inclusiva. Gisela ressaltou ainda a relevância dos inventários sobre as emissões de Gases de Efeito Estufa para o cumprimento das NDCs e os desafios a serem superados.
A Coordenadora do Pacto Global de Prefeitos para América Latina e Caribe, Marja Edelman, apresentou o Pacto, ressaltando que hoje mais de 10 mil governos locais fazem parte da iniciativa, em 135 países, beneficiando a mais de 800 milhões de pessoas e com capacidade de impactar grandemente na redução de emissões de CO2. “Em 2030, as cidades e os governos locais do Pacto têm o potencial de reduzir coletivamente 2,3 bilhões de toneladas de emissões de CO2 por ano em comparação com o que é produzido atualmente”, destacou Edelman.
Além disso, também foram detalhados os requerimentos obrigatórios para as cidades que fazem parte do Pacto e os procedimentos para se unir à maior aliança mundial para o enfrentamento das mudanças climáticas. Ao final do evento, um diálogo aberto permitiu às cidades trocarem informações e sanarem dúvidas relacionadas aos tópicos apresentados.