O México realizou no último dia 11 uma reunião de avaliação e finalização das atividades desenvolvidas no âmbito do Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia entre 2018 e 2020. No encontro virtual, que marcou o encerramento da primeira fase de implementação do Pacto, foram destacados os Planos de Ação Climática concluídos pelas cinco cidades piloto apoiadas pela iniciativa. Também foram apresentadas informações sobre o financiamento climático desenvolvido no país para a consolidação do Pacto.
A coordenadora do Pacto no México, Eugenia García, lembrou que o Pacto iniciou suas atividades no país em 2018 e que ao longo do período muitas ações foram desenvolvidas, a exemplo de eventos com cidades e sessões técnicas de capacitação. Eugênia destacou ainda que o país possui hoje 88 governos locais comprometidos e que as cidades piloto que finalizaram seus Planos de Ação Climática com êxito serão agora exemplo para os demais.
Para a cientista do Joint Research Centre da União Europeia (JRC), Silvia Rivas, o México é um caso especial pela sua capacidade e abertura para repensar ações que vinham sendo desenvolvidas em relação a ação climática. Rivas parabenizou as cidades, afirmou ter “orgulho dos resultados” alcançados até o momento e ressaltou que o próximo passo mais importante é implementar os objetivos dos Planos de Ação Climática elaborados pelas cidades.
A diretora de dados do Secretariado Global do Pacto, Shannon McDaniel também felicitou as cidades, reconhecendo o compromisso climático expresso em todo processo que culminou na elaboração dos planos de ação climática e em seu processo de reporte ao Pacto.
Abordando os próximos passos, o oficial de políticas da Diretoria de Ação Climática da União Europeia (DG Clima), Manuel Carmona Yebra, reforçou que uma nova etapa da cooperação terá início e que o apoio da UE terá continuidade.
Painel cidades piloto
No painel, moderado por José Alfredo Vargas da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMARNAT), as cinco cidades compartilharam suas experiências e perspectivas a partir da pergunta “que mecanismos de governança acreditam que são necessários para cumprir com suas metas climáticas e territoriais?” e de perguntas específicas para cada uma das cinco cidades presentes no painel levantadas por Vargas.
Beatriz Martínez, representante do município de Bahía de Banderas apontou que considera “indispensáveis a transparência e a participação cidadã em todas as ações de governo, em especial as relacionadas ao tema das mudanças climáticas”. Ela ressaltou ainda a importância do alinhamento das instituições nos níveis nacional e internacional para prover capacitação aos governos locais.
Dialogando com a perspectiva de Martínez, Alberto Medrano, de Culiacán ressaltou a relevância dos mecanismos transversais de governança e de se “consolidar a participação dos cidadãos e envolver todos os setores da sociedade”, buscando romper as fronteiras do local. Este aspecto do trabalho interconectado também aparece como central na fala do representante de Ciudad Madero, Philip Norrie, que considera relevante a coexistência e o trabalho conjunto com governos vizinhos, adotando uma “visão mais regional do que local”, como uma forma de avançar com mais sucesso.
“A administração é finita, por isso é preciso envolver as pessoas no processo”, destacou Verônica Gonzales, de Ciudad Juarez, pontuando que na cidade também estão sendo fortalecidas as questões sociais e de participação cidadã como forma de consolidar o Pacto. Para ela, outro aspecto que merece atenção é a necessidade evidente de educação sobre as mudanças climáticas.
Por fim, Juan Luis Sube, de Zapopan, abordou outro elemento central para o fortalecimento da aliança global de prefeitos: a questão econômica e seu impacto na luta contra as mudanças climáticas. Para ele “o fundo climático e a geração de informação são um desafio que ainda precisa ser superado na luta pelo clima”.