A região da América Latina teve um protagonismo especial no terceiro Dia do Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia (GCoM), que foi comemorado com o apoio da Comissão Europeia em 9 de dezembro no âmbito da 25ª Conferência das Partes das Nações Unidas em Madri (Espanha).
A América Latina contou com uma sessão que destacou o trabalho do Pacto em ação climática na região. Sob o título Moving from commitment to implementation in Latin America, durante a sessão foram destacados os principais resultados da Cúpula de Governos Locais e Regionais da região e compartilhadas as realizações destacadas pelos governos locais, mostrando planos ambiciosos e ações inovadoras empreendidas pelas cidades da região. Na América Latina, a criação de associações em diferentes níveis está permitindo que as ações estudadas sejam efetivamente implementadas pelos governos, o que mostra como as cidades latino-americanas lideram ações locais em clima e energia.
Participaram da sessão, mediada por Manuel Carmona, da Comissão Europeia, entre os governantes locais, o prefeito da Independência (Chile), Gonzalo Durán, o prefeito de Avellaneda, Dionisio Fernando Scarpin, o prefeito de Mérida (México), Renán Alberto Barrera e o representante do conselho metropolitano de Lima (Peru), Andrea Cuba.
Por parte das instituições associadas ao Pacto, participaram a representante dos programas regionais para a América Latina e o Caribe da Direção Geral de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento da Comissão Europeia, Gisela Campillo, o diretor executivo da Rede Argentina de Municípios sobre Mudanças Climáticas, participou (RAMCC), Ricardo Bertolino, a Diretora de Mudanças Climáticas do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Grupo BID), Hilen Meirovich, e o Secretário Executivo do ICLEI na América do Sul, Rodrigo Perpétuo. O ICLEI também é representante do Comitê Diretivo Regional do Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia na América Latina e no Caribe.
Questionado sobre os resultados dos últimos anos da América Latina e do Caribe diante das mudanças climáticas e sobre os desafios futuros, Rodrigo Perpétuo afirmou que “na América Latina é impossível dissociar a crise climática da crise social. A crescente desigualdade na região exige que a agenda climática seja abordada de maneira integrada com políticas de desenvolvimento socioeconômico, defesa dos princípios de direitos humanos e democracia, catalisando oportunidades que apontem para melhorias no planejamento urbano das cidades e estados em questões como saneamento, gestão de resíduos, mobilidade e transporte”.
Em relação ao papel do Pacto de Prefeitos no apoio e fortalecimento das cidades em ação climática na América Latina, Rodrigo afirmou que “este ano é um dos mais fortes em termos de representação dos governos locais e regionais da América Latina na COP, em que uma mensagem poderosa foi transmitida aos tomadores de decisão sobre como a ação em vários níveis é essencial para lidar com as mudanças climáticas. ”
Em relação à próxima cúpula climática, a COP 26 de Glasgow, e a qual caminho a seguir de acordo com a agenda dos governos locais na região, Rodrigo mencionou que “convidamos as redes de governos locais da América Latina que atuam nos países da região a se unirem a esse esforço e trabalhar conosco em pontos como a declaração de emergência climática, as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) na perspectiva multinível, financiamento climático, planejamento urbano para neutralidade climática, resiliência em conexão com a natureza e as pessoas, justiça climática, estratégias de desenvolvimento e geração de novos empregos e renda”.
A América Latina continua a se fortalecer como uma das regiões que mais trabalha para alcançar as metas de ação climática mais ambiciosas no âmbito do Pacto.